Índice de Artigos

Percepção e Comunicação de Risco: Avaliação de Intervenção Socioambiental de Enfermagem no Processo de Formação Profissional de Soldadores

RESUMO

Considera-se que os trabalhadores que desenvolvem atividades de soldagem constituam-se em um grupo no qual a enfermagem possui ainda pouco conhecimento no que concerne a sua inclusão como objeto de investigação ou mesmo como objeto de sua intervenção. E, entendendo que o processo formador representa um momento prévio da prática e que ele possa induzir/direcionar e habilitar práticas saudáveis, priorizar nesta pesquisa, como objetivo de investigação, o processo de formação profissional de soldadores. Apresentam-se como objetivos: (1) sintetizar a contribuição das pesquisas realizadas com aprendizes de solda; (2) identificar a percepção de aprendizes de solda acerca dos fatores de risco físicos, químicos, biológicos e fisiológicos a que estão expostos; (3) identificar os tipos de acidentes ocorridos com aprendizes de solda; (4) relatar o desenvolvimento de uma intervenção socioambiental como ferramenta de comunicação de risco à saúde de aprendizes de solda; (5) avaliar a identificação de distúrbios de saúde autorreferidos por aprendizes de solda antes e após a implementação de uma intervenção socioambiental de enfermagem. O presente estudo foi realizado por meio de três métodos distintos com a finalidade de alcançar os objetivos estabelecidos: revisão integrativa da literatura; estudo quantitativo, exploratório e descritivo e; estudo quase experimental, não randomizado, do tipo antes e depois com aprendizes de solda. A revisão realizada no período de 2002 a 20012, contou com a inclusão de dez textos. Os mesmos abordavam a relação entre a exposição a fumos de solda e distúrbios respiratórios e genéticos; a exposição ao manganês e distúrbios neuropsicológicos; o aprendizado on line da teoria da solda; ferramentas de auxílio para o ensino da solda; estratégias para combater a falta de habilidade de soldadores e a necessidade de treinamento para lidar com a automação da solda. Um estudo quantitativo foi conduzido com 161 aprendizes de solda, durante o ano de 2011. A coleta de dados foi realizada por meio de uma entrevista estruturada com os aprendizes a respeito da percepção de riscos, da ocorrência de acidentes e do tempo de experiência com solda. Os tipos de risco autorreferidos foram: físicos (96,9%); químicos (95%); fisiológicos (86,3%) e biológicos (51,5%). Os acidentes de trabalho ocorreram com 39,7% da amostra. Queimaduras ocorreram com 27,3% dos aprendizes. A análise inferencial mostrou que a frequência da percepção de fatores de risco aumenta conforme o tempo de experiência dos aprendizes; os que já passaram por acidentes durante a atividade de solda percebem maior quantidade de fatores de risco do que aqueles que nunca os vivenciaram. E, Intervenção Socioambiental de Enfermagem foi realizada com 86 aprendizes de solda. Os resultados mostram diferença significativa para as médias pré e pós-teste em relação a distúrbios osteomusculares e, aumento da média pós-teste para o sistema cardíaco, respiratório e tegumentar. Ainda, houve correlação da idade dos aprendizes de solda com a identificação de distúrbios de saúde. 

 



    

 Ver tese na íntegra